Share |

Carlos Oliveira em entrevista ao JPN

- O que o leva a candidatar-se à Câmara Municipal?

- A forte convicção de que esta candidatura irá marcar uma nova agenda na política local, respondendo aos problemas das pessoas, num concelho marcado por assimetrias várias. Juntamos forças pelos direitos de cidadania, coesão social e territorial, e queremos responder aos novos desafios ambientais. Também o sentido de responsabilidade perante a confiança que os aderentes do Bloco de Esquerda do Concelho de Palmela depositaram em mim.

- O facto de conhecer a realidade do concelho já que está na Assembleia Municipal pode favorecê-lo nesta campanha e na abordagem aos munícipes?

-É um facto. Ter essa experiência permite ir ao encontro dos anseios das populações trabalhando com elas propostas concretas que melhorem a sua qualidade de vida. É uma mais-valia em relação a outros candidatos que não fizeram um percurso semelhante.

- Estar na Assembleia Municipal deu-lhe outra visão do concelho? No caso do BE a mudança de cabeça de lista é uma estratégia ou foi apenas uma coincidência?

-Conheço a realidade do concelho porque sempre vivi aqui desde que nasci. Estar na Assembleia Municipal contribuiu para o aprofundamento desse conhecimento. A definição dos cabeças de lista é um processo de discussão coletiva balizada pelas ideias programáticas. É nessa discussão que se encontram os protagonistas. Esta candidatura pretende aliar o conhecimento e experiencia com a inteira disponibilidade de lutar por todos aqueles e aquelas que aqui vivem.

- Nas Eleições Autárquicas as pessoas votam nos partidos ou nos cabeças de lista?

-Tendo as eleições autárquicas particularidades em que o conhecimento dos cabeças de lista se evidencia muito mais, o meu apelo vai no sentido de que os eleitores e eleitoras decidam o seu voto com base nas propostas concretas desses mesmos candidatos. E se no plano nacional dão ao Bloco de Esquerda um voto de confiança porque acreditam na sua capacidade propositiva e transformadora que o façam da mesma maneira nestas eleições autárquicas.

- Foi a primeira escolha do partido que representa?

-Sim.

- Quais são as linhas mestras do seu programa eleitoral?

- Uma nova agenda autárquica onde se construa um concelho que cumpra o que deve ser a sua função social. Os serviços públicos de qualidade e proximidade são o centro. Desde a mobilidade e transportes acessíveis, à água e saneamento, ao serviço nacional de saúde, á educação cultura, á qualidade do ar e aos espaços de fruição coletivos. Ter como aspiração que o concelho de Palmela concretize a igualdade de género em todos os domínios, prevenindo todas as formas de assédio, violência e discriminação em espaços públicos e privados. Encarar de forma inclusiva e sustentável os objetivos de desenvolvimento económico, com grande atenção às atividades que geram valor acrescentado, qualificam o trabalho, combatem a precariedade, utilizem de forma eficiente os recursos disponíveis e não degradem o ambiente. Esta nova agenda tem que investir nas pessoas, nos direitos sociais e de cidadania, geradora de sentimentos de pertença e de segurança para todos e todas os que escolheram aqui viver.

- Quais as áreas que considera que carecem da maior atenção/ investimento no concelho de Palmela?

-A mobilidade é dos principais problemas num concelho com uma tão grande área geográfica. Transportes públicos acessíveis e que façam a cobertura de todo o concelho é imperioso. O combate às assimetrias entre zona rural e urbana do Concelho deve merecer particular atenção e investimento. É preciso dotar o concelho de Palmela de infraestruturas devidamente distribuídas pelo território e considerando as necessidades dos munícipes. A melhoria da rede de saúde publica, educação, cultura e prática desportiva, assegurando-se que os equipamentos e programas culturais e desportivos respeitam e acarinham a diversidade das populações. A valorização da cidadania com medidas que assegurem a transparência, fluidez e acessibilidade de informação das atividades dos órgãos autárquicos.

- Esta nova coligação à esquerda no Governo poderá, no seu entender, beneficiar ou prejudicar o concelho de Palmela a nível de investimentos?

- O investimento público é uma exigência do Bloco de Esquerda. Defendemo-lo neste concelho em áreas tão importantes como a saúde e educação. O facto de existir um acordo de incidência parlamentar com o partido do governo não nos inibe de apresentar e lutar pelas nossas propostas e posições e, isso é reconhecido pelo povo. Várias vezes já afirmámos publicamente que nessa matéria este governo ainda está muito aquém do que seria de esperar.

- Defende a descentralização de competências na Administração Local?

-O processo de descentralização tem de ser um instrumento para conferir mais capacidade de participação e de decisão das populações sobre as opções e os caminhos de desenvolvimento equilibrado do território e das diversas regiões, não pode ser um mero esquema de “municipalização” das responsabilidades e competências do Estado. O Bloco tem inscrita a descentralização nos seus genes políticos. Não há descentralização a sério sem regionalização que permita aos cidadãos escolher através do voto os titulares do governo das suas regiões.

- No seu entender seria importante que nestas eleições já tivesse ocorrido a desagregação das Freguesias de Poceirão e Marateca?

-Acima de tudo, o que seria mais correto era dar aos próprios fregueses do Poceirão e da Marateca o direito de poderem decidir através de um Referendo Local.

- Foi fácil escolher os candidatos para os restantes órgãos autárquicos?

-Foi uma escolha coletiva dos aderentes do Concelho, sem sobressaltos e, na minha opinião bastante fácil.

- A abstenção no concelho de Palmela e no país continua a ser elevada. O que espera deste acto eleitoral?

-Naturalmente, espero que seja o mais participado possível e, durante esta campanha irei envidar todos os esforços para envolver as pessoas transmitindo-lhes confiança, pois só com confiança e esperança do futuro a participação ocorrerá.

Mais Imagens: